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4 de fev. de 2011

APAGÃO NO NORDESTE

Tempestade solar pode ser causa do apagão no Nordeste

Editoria: Meio Ambiente
Sexta-feira, 4 fev 2011 - 10h46


Apesar do recente apagão do Nordeste ter como provável causa o acionamento do sistema de proteção em uma subestação no município de Jatobá, em Pernambuco, as causas que levaram ao apagão podem ter sido provocadas por um repentino pulso eletromagnético ocorrido às 23h36 (Hora do Nordeste), provocado por uma tempestade solar.

Em boletim recebido do SWPC, Centro de Previsão de Tempo Espacial dos EUA, às 02h36 UTC (23h36 no Nordeste e 00h36 em Brasília), magnetômetros instalados em Boulder, no Colorado, registraram um repentino pulso eletromagnético de 8 nanoTeslas(Tesla é a unidade de medição de campos magnéticos).
Exatamente nesse mesmo instante, quase toda a região Nordeste ficou às escuras. Segundo relatos feitos no site Painel Global, diversos carros e luzes também apresentaram funcionamento errático e intermitente, além de muita interferência nas estações de rádio.
O pulso eletromagnético detectado nos EUA teve origem após uma explosão solar ocorrida no dia 31 de Janeiro, quando uma grande quantidade de massa coronal foi ejetada da estrela. A maior parte dessas partículas seguiu em direção ao espaço, enquanto uma pequena parcela atingiu o campo magnético terrestre e pode ter provocado auroras nas latitudes médias e altas.
Ainda é muito cedo para se afirmar com certeza se de fato o pulso eletromagnético foi o responsável por fazer "cair" o sistema elétrico em diversos Estados, mas os relatos de interferências em estações de rádio associados ao exato momento que o pulso foi detectado contribuem para essa possibilidade.
Atualização: 11h00
É importante destacar que o desvio apontado nos magnetômetros de Boulder às 23h36 não são capazes de avaliar a intensidade do campo eletromagnético induzido nas redes de energia elétrica. Eles apenas indicam um desvio anômalo no campo magnético da estação e que este foi provocado por um pulso eletromagnético repentino provocado por uma explosão solar.
Atualização: 12h51
Para fins de comparação, o pulso eletromagnético registrado teve intensidade de 8 nanoTeslas. A maior tempestade solar já registrada ocorreu em setembro de 1857 e teve a intensidade estimada em 110 nanoTeslas. Essa tempestade ficou conhecida como Evento Carrington.

Índice KP da Atividade Solar
O gráfico acima mostra o Índice KP de atividade solar e é atualizado a cada 3 horas. 
Os valores são derivados do tradicional Índice K, informados por uma série de magnetômetros instalados principalmente no Canadá e EUA. 
O índice retrata diretamente a intensidade do fluxo solar e as perturbações causadas na alta atmosfera terrestre, principalmente a ionosfera. 
O Índice KP varia conforme a hora do dia, época do ano e também com a posição da Terra em relação ao Sol. Também existe relação direta com a quantidade de manchas solares. Quanto mais alto o índice, mais ruidoso está o Sol e mais radiação ionizante atinge a Terra. 
Quando o índice KP está abaixo de 5 as condições da ionosfera estão quietas. Acima desse número já ocorrem tempestades geomagnéticas, sendo que números acima de 6 já são considerados preocupantes e diversas empresas e instituições são alertadas sobre a possibilidade de interferências e danos em equipamentos.

Foto: Transformador que explodiu durante a tempestade solar ocorrida em 1989, em Québec, no Canadá.Crédito: Hydro Québec.
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