Editoria: Fenômenos Naturais - Tsunamis
Terça-feira, 15 mar 2011 - 15h15
Terça-feira, 15 mar 2011 - 15h15
Terremoto: vídeo mostra o registro das ondas sísmicas em São Paulo
Os efeitos do terremoto ocorrido no Japão em 11 de março de 2011 não ficaram restritos somente àquela região do Pacífico. Com muito menos intensidade, o evento também foi registrado na cidade de São Paulo pelo sismômetro do Apolo11, que gravou o momento em que as ondas sísmicas chegaram à zona sul da cidade.
O evento principal ocorreu às 02h46 pelo Horário de Brasília e as primeiras ondas sísmicas chegaram à capital paulista 20 minutos depois, às 06h07. Conhecidas como ondas do tipo PKPdf, essas vibrações trafegaram pelo interior da Terra e penetraram o núcleo externo do planeta, a 3 mil quilômetros de profundidade.
Continuando sua jornada, as ondas avançaram mais 2 mil quilômetros até atingirem a zona de interface entre o núcleo externo e o núcleo interno, a 5 mil quilômetros de profundidade, quase no centro da Terra. Sem penetrar o núcleo, as ondas trafegaram por essa zona até iniciarem o caminho de volta, deslocando-se por todo o manto do planeta até chegarem à São Paulo, do outro lado do planeta, onde finalmente foram registradas por nossos instrumentos. Isso tudo em cerca de 8.5 km/s.
Às 04h06 foi a vez de outro tipo de onda chegar à capital paulista. Viajando mais devagar, as ondas do tipo "LQ" levaram cerca de 1 hora e 20 minutos para vencerem os 18 mil quilômetros desde a região do tremor, a uma velocidade 10 vezes maior que a do som. Ao contrário das ondas PKPdf, as ondas "LQ" são ondas de superfície e não atravessam o centro do planeta.
Toda a reverberação sísmica registrada em São Paulo durou 2 horas e 34 minutos, mas não foi percebida pelos moradores da cidade.
O Instituto de Pesquisas Geológicas dos EUA, USGS, reclassificou para 9.0 o terremoto ocorrido no dia 11 de março, anteriormente calculado em 8.9 graus. Assim, a energia liberada para o tremor, inicialmente comparada à energia contida em 335 milhões de toneladas de TNT, passa a ser equivalente a 475 milhões de toneladas. A quantidade de bombas atômicas iguais à de Hiroshima necessárias para liberar essa energia passa de 16 mil para 25 mil.
Essa elevação de magnitude já era prevista desde o dia seguinte ao abalo e foi informada pelo Apolo11 em seu canal no Twitter. A afirmação estava baseada na altura do sismograma registrado, que apontava um abalo de 9.1 graus de magnitude como pode ser visto no gráfico ampliado.
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